Na história da humanidade, o ser humano sempre enalteceu o amor pela arte e o seu desejo de estar próximo do belo, fruto do olhar de um artista que expressou sua essência em obras de arte.
Telas pintadas, fotografias e esculturas assinadas por nomes reconhecidos internacionalmente ou aqueles que realizam seu trabalho em uma escala menor, obras de arte sempre fizeram parte dos elementos que integram o décor residencial, transformando os espaços de forma singular.
Para as profissionais, a arquiteta Camila Corradi e a designer de interiores Thatiana Mello, um projeto de arquitetura de interiores com a curadoria de arte pode acontecer de duas maneiras principais. A primeira delas pode ser relacionada quando o cliente, que já tem apreço pela arte, conta com um acervo que deve compor o projeto – nesse caso, a dupla, com olhar preciso, trabalha para que o décor definido ‘converse’ com os itens e as expectativas compartilhadas. Outra situação recorrente está na abertura para que elas possam promover a curadoria de arte, partindo em busca de peças que combinem com o estilo do projeto, bem como o gosto pessoal dos moradores.
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Na disposição das obras de arte, tudo vai depender do volume, tamanho da coleção e a sua expressão. Camila e Thatiana concordam que, em linhas gerais, o ideal é que as obras de arte estejam concentradas em um cômodo, sem deixá-las espalhadas, permitindo que façam uma composição e se tornem um ponto de contemplação. “No caso de quadros pequenos, um caminho interessante é promover uma instalação no formato de gallery wall”, relatam. Por outro lado, obras grandes ganham expressão e vida quando posicionadas sozinhas e em uma parede, no caso de quadros.
No lavabo, o gallery wall com as gravuras dispostas nos quadros com fundo vermelho | Foto: Evelyn Muller
Qual é o primeiro passo para definir a inserção de obras de arte na decoração?
A não ser que o cliente já disponha do seu acervo pessoal, o primeiro passo – e fundamental –, trilhado pelas profissionais do escirtório Corradi Mello é definir a proposta do décor que guiará todo o projeto. No caso de um estilo contemporâneo, por exemplo, a linha é buscar por obras alinhadas com a referência, de forma que não pesem no conceito dos ambientes. “Em uma decoração pautada em tons mais neutros, podemos introduzir telas com cores mais vibrantes e formas geométricas. Assim, nosso resultado será equilibrado com os devidos pontos de contrastes”, explica a designer de interiores Thatiana.
No ripado de madeira que reveste a parede da sala de estar, o gallery wall foi formado com quatro fotografias artísticas | Foto: Evelyn Muller
O mesmo se aplica para as esculturas, em que a recomendação é seguir dentro das cores análogas ou opostas. “Em um ambiente marcado por nuances de azul, as peças podem seguir uma gama de cores em laranja, promovendo uma harmoniosa oposição”, exemplifica a arquiteta Camila.
Próxima à porta que dá acesso ao apartamento, o móvel foi escolhido para expor o colar. A intensidade do vermelho se revela um ponto de cor na predominância do amadeirado claro | Foto: Evelyn Muller
Onde incluir as obras de arte?
As duas são unânimes em afirmar que as peças podem ser salpicadas em todos os ambientes residenciais. Para tanto, a seleção de quadros para ‘vestir’ uma parede deve se articular com o contexto já disposto.
Nesta suíte, as gravuras foram espaçadas com certa de distância, ocupando toda a largura da cama. Os tons utilizados são os mesmos do enxoval do quarto, causando um contraste com a parede cinza e a cabeceira em madeira | Foto: Evelyn Muller
O quadro, em tons de verde e amarelo e a pintura de uma bananeira, trouxe um toque de cor para essa passagem que possuía um décor mais ‘clean’. A casa, na parte de fora, conta com uma ampla área verde e, por isso, a ideia das profissionais foi introduzir a natureza para dentro do lar. A tela, assinada por uma amiga da moradora, foi feita especialmente para esse projeto | Foto: Evelyn Muller
Na sala de jantar, a base neutra do décor recebeu a mesa de jantar azul. Ao fundo, o quadro, dialoga com o tom diferenciado eleito pelas profissionais para o móvel que é acompanhado por 12 cadeiras de madeira e encosto de palhinha | Foto: Evelyn Muller
Molduras
As molduras, interferem diretamente no resultado da decoração. Uma armação mais ‘pesada’ e em tons escuros, pode não ser a melhor proposta para um ambiente de atmosfera clean. “Tudo é resultado de análise. Às vezes, uma moldura mais clássica pode sim combinar com um layout contemporâneo, mas não é sempre. Todos os detalhes podem interferir, então, é essencial uma observação cuidadosa”, discorre a arquiteta Camila Corradi.
No dormitório, o mobiliário despojado, incluindo a cômoda e o mancebo, permitiu a colocação de um quadro com moldura de madeira envelhecida | Foto: Evelyn Muller
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No corredor da casa, os quadros com gravuras, posicionados na parede à esquerda, possuem molduras feitas em madeira, seguindo o layout da janela. Ao fundo, a obra se expressa de forma contundente | Foto: Evelyn Muller
Instalação dos quadros
Em relação ao posicionamento e instalação dos quadros, a dupla de profissionais compartilha suas opiniões. Para elas, é viável apoiá-los quando estão em nichos e estantes. Em outras situações, como em paredes e painéis, a preferência é por pendurá-los, já que dessa forma as artes ficam mais firmes, diminuindo o risco de quedas. “Quanto à posição, não precisam estar, necessariamente, um do lado do outro. Mesmo em uma montagem assimétrica, o importante é manter uma linha visual organizada”, sugere Thatiana. Além disso, destaca a relevância de estarem sempre na direção dos olhos.
Nesta sala de jantar, o gallery wall acompanhou os degraus da escada | Foto: Evelyn Muller
Nessa outra sala de jantar, as obras foram instaladas acima do aparador em uma altura que permite o olhar de todos| Foto: Evelyn Muller
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