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A decoração de interiores tem como objetivo criar espaços internos esteticamente mais aprazíveis e ao mesmo tempo práticos. O profissional busca traçar planos que lhe permitam compor os mais variados recantos íntimos povoados pelos humanos, procurando sempre a sua funcionalidade.
A história revela que todos os povos, ao longo do tempo, sempre se esforçaram para produzir ambientes mais confortáveis e aconchegantes, enfeitando e completando suas moradas com adornos belos e simultaneamente capazes de proporcionar o máximo bem-estar. Esta profissão visa, portanto, atingir associação estrutural e harmoniosa de mobiliários, cortinas, tapeçarias e outros apetrechos, com pavimentos, tetos, colunas, e demais componentes da arquitetura. Cores, iluminação e elementos variados também são imprescindíveis na composição de um nicho proporcionalmente agradável.
O resultado de um projeto de decoração de interiores estará sujeito ao poder criativo do especialista, às limitações determinadas pela percepção estética, às demandas e aos meios disponibilizados pelo consumidor, assim como ao objetivo final deste cliente. O decorador terá a sua disposição recursos oferecidos pelas artes da cerâmica, da tapeçaria, da marcenaria e da carpintaria.
Esta arte foi privilégio, durante um bom tempo, de uma elite que podia decorar seus aposentos com muita ostentação, sofisticação e requinte. Hoje, com a produção massiva de objetos, a classe média tem finalmente em suas mãos esta mesma possibilidade, embora os melhores profissionais e a obra-prima mais fina ainda sejam limitados a uma pequena esfera social.
Na Antiguidade Clássica quase não existiam ambientes internos, pois quase tudo transcorria nos espaços abertos. A arte decorativa era restrita à harmonização dos móveis com fundos e paredes repletos de cores. Compunham também os ambientes a arte grega da cerâmica, as pinturas murais e mosaicos romanos. Na era medieval os castelos detinham o melhor da decoração, austera e simples. Já o século XVIII forma um intenso contraste com o período anterior, abrindo espaço para a estética francesa e a inspiração oriental. A delicadeza de expressão dá origem a um alto grau de sofisticação.
O Renascimento traz a convencional estruturação residencial em cômodos, subvertendo os conceitos até então vigentes. Entram em cena as paredes coloridas, os telhados magnificamente enfeitados, mobiliários pomposos e enfeites produzidos com metais finos, os quais provinham da Itália, da França, da Inglaterra, da Espanha e da Alemanha, aqui enriquecidos pelo estilo gótico. Na França, durante o governo de Luís XIV e posteriormente, ao longo da Regência, instaura-se uma arte mais feminina e suave, dando origem ao Rococó, que se estende também para a Itália e a Alemanha. Com a morte de Luís XV este estilo desaparece velozmente.
Ressurgem os valores clássicos com o Neoclassicismo, enquanto as concepções próprias da aristocracia são substituídas pelos valores democráticos. A classe média impera e vence o ponto de vista burguês. No final do século XIX nasce o Modernismo e o conceito do ‘art nouveau’. Esta concepção traz em si um mix de todas as tendências anteriores e elementos formados por linhas curvas, e rapidamente se propaga por toda a América. No século XX o critério funcional prevaleceu, especialmente no pós-Primeira Guerra Mundial, quando foram criadas variadas teorias neste campo.
Hoje estão em primeiro plano as exigências do cotidiano, as demandas sociais e familiares, os recursos econômicos, o potencial do próprio ambiente, a opção por um determinado estilo. Tudo deve estar voltado para a mais completa praticidade, o conforto, o aconchego e a harmonia estética.
Esta profissão pode ser bem remunerada, pois acima de tudo é uma arte. O profissional pode adquirir seu próprio atelier ou trabalhar em lojas ou em qualquer campo ligado às atividades decorativas, podendo obter salários significativos.
Fontes
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