Uma das principais etapas do planejamento de obras é a compra dos materiais de construção. Na maioria das vezes, o profissional da obra é o responsável por escolher e comprar os materiais — de acordo com as solicitações e o orçamento limite do cliente. Porém, apesar de a segurança ser algo primordial na construção civil, nem sempre os pedreiros optam pelo melhor produto por estarem focados no preço mais barato.
A questão é que, dependendo do tipo de material, essa decisão pode colocar tanto os funcionários como os futuros inquilinos em risco.
Para evitar essa situação, precisamos investir em qualidade! Nesse sentido, a seguir, vamos mostrar tudo sobre a qualidade dos materiais de construção e porque vale a pena pensar no custo beneficio durante a compra. Confira!
Por que avaliar preços de materiais de construção?
Embora o valor do material não deva ser o único fator considerado durante a compra, já que é a qualidade do produto que mostrará se ele realmente vale a pena, avaliá-lo é algo fundamental para fazer um bom orçamento para o cliente e ainda aproveitar a verba para investir em locais estratégicos.
A não ser que a economia do país esteja fragilizada em determinado período, os valores dos materiais de construção não costumam alterar muito com o passar dos anos. Porém, não podemos afirmar o mesmo em relação a diferença de preços de um mesmo produto em lojas diferentes.
De acordo com pesquisas realizadas em Divinopólis, MG, a variação de preços de materiais de construção civil pode passar de 100% de uma loja pra outra do município.
Isso prova que, antes mesmo de comprar os materiais e até mesmo ferramentas necessárias para a obra, é fundamental fazer uma breve pesquisa de preços — tanto pessoalmente em lojas físicas como na Internet — a fim de economizar a verba disponibilizada pelo cliente.
Como comparar os preços?
Agora que você já entende a importância de avaliar valores de materiais de construção em diferentes estabelecimentos, vamos para a parte prática: a comparação de preços. Listamos algumas dicas que poder lhe ajudar a comparar preços no momento da compra. Confira!
Considere os itens marginais
Os itens marginais são todos aqueles aspectos que vão influenciar indiretamente o valor final do produto, tais como: qualidade, frete, durabilidade, estado de conservação, entre outros.
Por exemplo, digamos que uma certa quantidade de pastilhas metálicas na loja A esteja mais barata do que na loja B. No entanto, por ser mais distante, o frete de entrega da A é o dobro do preço da B. Nesse caso, dependendo dos outros fatores, valeria mais a penas adquirir as pastilhas desta segunda loja.
Você só saberá se um preço é mais vantajoso que outro após considerar todos os fatores que alteram indiretamente o valor final do produto,
Utilize ferramentas para calcular a quantidade e os preços
Se você tem horror com matemática ou simplesmente não é muito bom em fazer cálculos de cabeça, fique tranquilo! Há várias ferramentas auxiliares para lhe ajudar a calcular a quantidade e o preço do material para a obra. Confira algumas delas a seguir.
Tabelas SINAPI (Caixa Econômica Federal): ajudam a elaborar o orçamento e a comparar os preços dos materiais da obra;
Tabelas TCPO (Revista PINI): assim como a SINAPI, essas tabelas auxiliam na cotação de preços e crianção do orçamento;
NBR 12721: tem a função de determinar os cálculos do Custo Unitário Básico para a incorporação de materiais na obra.
Verifique se o material tem certificação
A certificação do material também deve ser levada em consideração durante a comparação de preços. De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), todos os materiais da construção civil devem estar alinhados com as NBRs, a fim de oferecer mais qualidade, desempenho e segurança durante e após a obra.
O material que não está dentro dos critérios estipulados, nem ao menos deveria fazer parte do orçamento da obra. Sendo assim, sempre que for comparar preços, confira também se o produto tem a certificação de um material confiável.
Visite lojas diferentes da região
Como já falamos em tópicos anteriores, os preços dos materiais podem variar muito de uma loja para outra — o mesmo vale para o valor do frete, dependendo da distância dos estabelecimentos. Sendo assim, o ideal é sempre fazer o orçamento em várias lojas diferentes para verificar o custo-benefício.
Vale sempre lembrar que você não precisa adquirir todos os materiais em uma loja só, sempre vale a pena buscar por promoções em diferentes estabelecimentos.
Compare produtos e marcas compatíveis
Por fim, sempre vale a pena fazer separar vários produtos e marcas para fazer a comparação entre si. Já falamos sobre a importância de comparar preços em diferentes lojas, mas dependendo do tipo de material também é preciso levar a marca em consideração.
Se você precisa comprar um material específico para fazer o contrapiso, por exemplo, pode até ser que você encontre um preço menor na loja A, mas ela realmente oferece o produto de uma boa marca? É preciso sempre avaliar o desempenho e a credibilidade da marca, esses são fatores essenciais para verificar se o material tem uma boa qualidade.
Qual a importância da qualidade dos materiais de construção?
É claro que o preço do material deve ser avaliado e escolhido com cuidado para que entre na verba disponibilizada pelo cliente. Porém, é preciso ter em mente que o aspecto financeiro não é o mais importante na hora de escolher os materiais da obra, mas sim a qualidade.
A obra que você está trabalhando hoje, será um imóvel daqui há algum tempo. Independente do fim que será utilizado — doméstico, comercial etc. — a ideia é que as pessoas façam uso do espaço por um longo período, não é mesmo? É exatamente por isso que a qualidade dos materiais deve ser a melhor possível.
Materiais de construção de baixa qualidade não são duráveis e, frequentemente, precisam passar por uma série de manutenções e reparos, o que acaba gerando mais gastos do que se você tivesse obtido um material um pouco mais caro, mas com a qualidade mais alta. É aquele velho ditado popular: “o que é barato, sai caro”.
Tubos e conexões de baixa qualidade, por exemplo, têm a probabilidade muito maior de rachar do que aqueles que já são conhecidos por ter uma durabilidade e resistência maior.
Além disso, a qualidade do material também está relacionada diretamente com a segurança durante e após a obra. A chance de algum material quebrar durante a montagem ou depois do imóvel já pronto, causando um acidente, é enorme — esse é um dos maiores erros que podem ocorrer na obra.
Sendo assim, é fundamental sempre priorizar a qualidade dos materiais da construção. Essa é uma maneira de investir no conforto e na segurança de todos.
Como avaliar as qualidades desses materiais?
Todo material de construção precisa seguir uma série de critérios determinados pela NBR. Com base nessas normas — e mais algumas dicas extras — vamos mostrar o que você deve analisar na hora de conferir a qualidade dos materiais durante a compra.
Argamassa
As argamassas são formadas por composições de comento, cal, areia, entre outros. Muitas pessoas compram o material já pronto por uma questão de conforto, porém é preciso verificar se a embalagem do produto tem selos de certificação do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), além de laudos alinhados de acordo com o tipo de argamassa.
Cimento
Primeiramente, é preciso observar se a embalagem tem as informações completas do produto, tais como: marca, fabricante, resistência, tipo de cimento, selos de qualidade — ABCP ou outro órgão responsável.
Além disso, também é fundamental verificar a data de validade do material para conferir se não está vencido ou próximo da data de vencimento. No geral, o cimento tem o prazo de 3 meses para vencer.
Aço
A qualidade do aço pode ser avaliada por meio das suas diversas especificações. É possível escolher aço em vários formatos: em rolos, malhas, colunas, entre outros. A escolha vai depender do destino do material.
Para descobrir se o material resistente o suficiente, não deixe de verificar se ele tem certificados alinhados com as normas da ABNT.
Cal
Na hora de comprar cal, é preciso prestar atenção na quantidade vendida — a qual, normalmente, varia entre 20 kg e 40 kg — e se ela tem o certificado da Associação Brasileira de Produtores de Cal (ABPC) e do selo de Responsabilidade Socioambiental.
Tijolos e blocos
Tanto blocos como tijolos devem ter uma boa aparência física para serem considerados materiais de qualidades. As unidades devem estar com arestas vivas e não podem ter nenhum tipo de trinca ou parte quebrada.
Essas peças são fabricadas com formatos específicos para seguir os critérios regularizados de tamanho, largura e altura, sendo assim, é importante checar com o engenheiro se os materiais estão dentro do padrão estipulado.
É importante conferir se o fabricante tem os certificados de qualidade necessários. É possível verificar isso por meio do(a):
Inmetro — Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia;
PSQ — Programa Setorial da Qualidade dos Blocos Cerâmicos;
PBQP-H — Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat;
Selo da Qualidade ABCP para Blocos de Concreto.
Areia
A areia pode ser retirada diretamente dos rios e vendida para o consumidor. Por causa disso, a primeira ação na hora de checar o material é conferir se o vendedor tem:
alvará municipal;
licenciamento ambiental;
autorização de intervenção em áreas de preservação;
autorização para venda do Ministério Minas e Energia.
Verifique também se a área não está úmida ou se tem entulhos, como folhas e galhos misturados. Isso pode influenciar na qualidade e resistência do material.
Quais os impactos da falta de qualidade dos materiais na construção?
Falta de qualidade da argamassa
Por ser composto de outros materiais, a argamassa de baixa qualidade pode causar os mesmos problemas do cimento, areia e cal de baixa qualidade. O material pode afetar toda resistência da estrutura, diminuindo a durabilidade e estabilidade da obra.
Falta de qualidade do cimento
O cimento de baixa qualidade pode diminuir a resistência do imóvel e causar uma série de problemas, tais como: rachaduras, infiltração de água, formação de fungos no teto e nas paredes etc. Na maioria das vezes, para reverter esse tipo de cenário é necessário fazer uma impermeabilização e vários reforços na estrutura.
Falta de qualidade do aço
O aço de baixo qualidade pode causar danos irreparáveis para a estabilidade da obra, colocando tanto os funcionários como as pessoas que vão fazer uso do espaço em risco — as fissuras geradas ao longo do tempo, podem resultar no desabamento de edifícios, por exemplo.
Só é possível reverter o cenário com reformas e reforço das estruturas, no entanto, o gasto seria muito maior do que se você comprar um aço de qualidade desde o princípio.
Falta de qualidade da cal
A cal de baixa qualidade, sendo utilizada na composição da argamassa de assentamento, pode resultar em fissuras sérias no reboco, infiltração e até mesmo proliferação de bactérias. As melhores maneiras de resolver esse tipo de cenário é fazendo reforma do reboco e, provavelmente, derrubando as paredes para construir outras,
Falta de qualidade de tijolos e blocos
A falta de qualidade dessas peças podem gerar infiltrações e fissuras graves nas paredes logo nos primeiros anos de uso do imóvel. Caso isso aconteça, será necessário realizar uma impermeabilização e correção de fissuras. Dependendo do tipo de material utilizado, essas peças podem causar um enorme prejuízo financeiro.
Falta de qualidade da areia
Assim como todos os materiais citados, o uso de área úmida ou suja pode causar problemas graves depois da obra já pronta, como fissuras nos revestimentos de argamassa e estruturas de concreto.
Como escolher materiais mais baratos e de boa qualidade?
Como pode ver, nem sempre compensa comprar materiais sem qualidade — apenas por causa do preço baixo — pois na maioria dos casos você terá que gastar muito mais com manutenção e reformas depois.
No entanto, também não é possível ficar utilizando os materiais mais caros o tempo todo, não é mesmo? Afinal, o seu orçamento precisa se encaixar na realidade financeira do cliente.
A questão é que você não precisa comprar os materiais mais caros do mercado para obter qualidade. Há vários itens com preços acessíveis e que, ainda sim, apresentam resistência, durabilidade, bom desempenho, entre outras características fundamentais para o sucesso da obra.
E como escolher materiais que tenham um bom custo-benefício?
Primeiramente, é preciso analisar o que é esperado do produto e quais características ele precisa ter para a sua finalidade. Por exemplo, digamos que você precise de um tijolo com boa resistência para aguentar a estrutura. Nesse caso, bastaria fazer uma pesquisa de tijolos resistentes e verificar qual atende melhor as suas necessidades dentro do orçamento.
Depois de encontrar o produto de qualidade que esteja alinhado com o que você precisa, é o momento de comparar os preços entre os principais fornecedores.
Como falamos ao longo do texto, o mesmo material pode ter uma variação enorme de preços de um lugar para outro, portanto, para que o custo do material continue valendo a pena, sempre é válido conferir diferentes preços.
O que considerar ao avaliar os materiais?
Além das especificações individuais de cada produto, também há alguns fatores importantes de serem analisados na hora de avaliar a qualidade do material. Entre eles, podemos destacar as seguintes.
Ciclo de vida
O ciclo de vida está relacionado com o tempo que o material vai demorar para se desfazer. Os materiais com bom desempenho e maior durabilidade costumam ter uma vida útil maior, quando comparado a aqueles com baixa qualidade.
Sustentabilidade
As obras devem ser feitas com materiais sustentáveis para preservar ao máximo o meio ambiente. Nesse sentido, a capacidade de reutilização, capacidade de reciclagem e tempo de decomposição são alguns aspectos que devem ser considerados durante a compra de materiais de construção.
Custos
Além do momento da compra, também é importante considerar os custos com manutenção, substituição, consertos, entre outros, durante a avaliação do material.
Estética
Principalmente para agradar os clientes no resultado final, a estética também deve ser algo avaliado na hora de escolher os materiais para a obra. Mesmo que o contratante tenha a economia como preferência, sempre é possível escolher materiais com boa aparência.
Propriedades físicas
Avaliar as propriedades físicas do material é uma forma de garantir mais segurança e conforto à obra. As principais propriedades a serem observadas são:
durabilidade: quando o material não precisa de constantes manutenções ou até mesmo substituições;
resistência: o material oferece resistência à estrutura, protegendo-a contra chuvas e fogo, por exemplo;
capacidade térmica: o conjunto de materiais evita o calor ou frio excessivo dentro do imóvel construído;
isolamento acústico: controla os ruídos da parte externa ou interna do imóvel.
Qual é o preço médio dos materiais de construção?
Se você chegou até aqui, provavelmente já sabe como escolher um material de construção que tenham um bom custo-benefício para a sua obra. Porém, a pergunta que fica é: como avaliar se um produto está muito acima do valor de mercado, se nem ao menos conhecemos o preço médio dele?
Pensando em solucionar essa questão, a Conaz Soluções Ltda, empresa que elabora soluções tecnológicas para cotações e compras de materiais para construção civil, fez um levantamento dos valores gerais de cada material de construção no 2º trimestre de 2018. A partir disso, foi desenvolvida a Tabela de Preços de Material de Construção, expondo o preço médio dos produtos.
Com base nisso, vamos mostrar o preço de alguns dos materiais mais utilizados em obras:
cimento (sacas de 50 kg): R$ 21,29;
areia (m³): R$ 73,25;
brita (m³): R$ 84,75;
argamassa colante (sacos de 20 kg): R$ 13,03;
argamassa estabilizada (m³) R$ 228,33;
bloco de concreto (un): R$ 2,83;
tijolo cerâmico (un): R$ 0,48.
Como realizar pesquisa de mercado?
A pesquisa de mercado é uma ferramenta fundamental para tomar decisões eficazes. A partir dela, é possível obter informações valiosas sobre o setor, o público-alvo e até mesmo materiais — o qual é o nosso foco aqui.
A seguir, vamos mostrar como realizar uma pesquisa de mercado na prática. Acompanhe!
Defina os objetivos da pesquisa e o público-alvo
Antes de tudo, é preciso se perguntar: qual o objetivo dessa pesquisa de mercado? Quer aprender diferentes formas de armazenamento de materiais? Ou quer captar novos clientes da sua região? A partir da definição dos seus objetivos, é possível determinar o público-alvo.
Se seu objetivo é fazer uma pesquisa para encontrar materiais de construção com um bom custo-benefício, o público-alvo pode ser os clientes que contratarão para o serviço.
Colete os dados necessários
Esse é o momento de coletar todos os dados da pesquisa. Primeiramente, é possível fazer a coleta de informações por meio de questionários para os seus próprios clientes, a fim de entender melhor as suas necessidades e exigências sobre os materiais.
Em seguida, é a hora de colher os dados em sites da Internet, jornais, revistas, entre outros.
Escolha as ferramentas da pesquisa
Aqui, é preciso escolher algum tipo de instrumento que vai ajudá-lo na pesquisa. Essa etapa pode ser muito útil na hora de fazer comparações entre os preços e qualidades dos materiais. Uma boa dica para isso, seria fazer uso de uma tabela comparativa na Internet.
Análise os dados
Chegou a hora de analisar os dados coletados. Se seu objetivo realmente era encontrar materiais com um bom custo-benefício para seus clientes, então, nesse momento, você deve ter variadas informações comparativas sobre preços, características, marcas, entre outros.
A análise e a decisão deverão ser baseadas nas exigências do cliente e na sua experiência como profissional para escolher o melhor tipo de material.
Independente das solicitações do cliente ou da verba disponibilizada, qualidade de materiais dos construção sempre deve ser priorizada.
Não há necessidade de comprar somente itens caros para obter qualidade, é possível encontrar diversas características vantajosas — como durabilidade, resistência etc. — em materiais acessíveis, basta fazer as pesquisas corretas. Investir na qualidade é sempre a melhor maneira de diminuir desperdícios, evitar acidentes e reduzir a quantidade de manutenções.
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